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Jesus Cristo teve um ministério terreno exercido com ações práticas. Ele ensinou, pregou, purificou, curou e realizou tudo que era necessário para mudar a vidas das pessoas que o seguiam e acreditavam em suas palavras. Suas práticas e exemplos justificavam quem ele era. Embora seu ministério fosse prático, ele não era um ritualista, característica marcante do judaísmo, em especial naquele século I.

 Jesus Cristo nos mostrou como o homem deveria se relacionar com Deus e deixar de lado a burocracia repetitiva e a inócua visão de que se pode alcançar ao Senhor apenas observando rituais que, não raras vezes, se tornara mecânico e sem valor espiritual. Um dos grandes exemplos que podemos citar como tendo se corrompido nessa prática ritualista são os fariseus.

Origem dos Fariseus

Os Fariseus têm sua origem do conhecimento período intertestamentário, entre o fim do Antigo Testamento (relato de Malaquias) e o início no Novo Testamento (nascimento de João Batista). Esse grupo religioso provavelmente vem dos chamados piedosos (hassim) que apoiou a Revolta dos Macabeus contra Antíoco IV. Como resultado desta revolta os judeus conseguiram a independência entre os anos de 142-63 a.C. e tiveram a oportunidade de se organizarem politicamente. Esse é o cenário histórico para o fortalecimento dos grupos religiosos como os Fariseus, Saduceus e Essênios. Os fariseus implantaram e administravam as Sinagogas e eram responsáveis pelo ensino da Torá. Eles também criam na tradição oral. Por isso, no primeiro século, eles eram considerados os mestres da Lei e dominavam várias áreas da sociedade judaica, mesmo sob domínio romano.

Jesus não poupou críticas a este grupo, exatamente por exigirem a observância de práticas ritualistas que nem mesmo eles eram cumpridores. O evangelho de Mateus dedica o capítulo 23 para expressar a indignação de Jesus acerca dos Fariseus.

“Deixai-os! Eles são guias cegos guiando cegos. Se um cego conduzir outro cego, ambos cairão no buraco” – Mateus 15:14.

Existem algumas lições importantes para nós, Cristãos hoje. Vamos ver algumas dessas.

  1.  Ritualismo Judaico

Uma coisa é o ritualismo descrito para ser observado no Antigo Testamento, este cumpriu seu papel em manter a identidade e integridade do povo escolhido para a chegada do Messias. Em contrapartida, Jesus realizou o cumprimento da Lei. Ele mesmo disse que sua missão era essa. A partir daí, uma Nova Lei foi implementada em todos quanto foram chamados segundo propósito de Deus.

 “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado.” –  1Pedro 1:18,19

 

 Então, não há ritualismo que leve a salvação do homem perante nosso Deus. Apenas Jesus com sua redenção proporciona ao homem, mediante a graça de Deus, salvação aqueles que acreditam em Jesus como Senhor e Salvador.

  1. Ritualismo Humano que não provém de Deus

Jesus nos deixou alguns rituais que devemos observar com objetivos específicos. A ceia como memorial por seu sacrifício vivo pelos nossos pecados e o batismo como simbolizando o nosso nascer espiritual e, obviamente não estamos nos referindo a elementos litúrgicos na adoração. Contudo, ao logo da história do cristianismo, o homem passou a introduzir vários elementos ritualistas. Mesmo a ceia do Senhor foi transformada em ritualismo místico de transfiguração quando os elementos da ceia se transformam em sangue e no corpo de Cristo, literalmente. O próprio Jesus diz: “fazei isso em memória de mim.” (Lucas 22:19), portanto um memorial.

Ao longo dos séculos a essência cristã foi sendo transformada através de prática ritualistas que não encontram embasamento nas Escrituras Sagradas. O reformista Martinho Lutero, em suas famosas 95 Teses, elencava o tradicionalismo católico, tais como a própria indulgência, não tendo valor, pois não havia sustentação na Palavra de Deus. Vivenciamos o cristianismo humano, muitas vezes, distante das pregações e da prática deixada por Jesus.

Atualmente o mundo cristão, em especial o brasileiro, vem levando o modelo ritualista a outro patamar. Igrejas metodicamente criadas com ritos específicos e midiáticas inventam novos elementos, transformando a verdade cristã. Existem prescrições doutrinárias nestas “novas” igrejas que não encontram qualquer amparo bíblico. Invenções humanas ou deturpações bíblicas que escravizam tanto quando o legalismo farisaico do primeiro século.

É preciso que o Cristão verdadeiro esteja vigilante quanto a ventos de doutrinas que não provém de Deus! É necessário que sejamos, antes de tudo, Jesus Cristo por convicção. Não se deixe enganar, o diabo anda pela terra a observar, usando de todas as formas para desviar o homem da graça de Deus e impor-lhe vis servis para perder a noção do amor daquele que é o único Senhor. Fiquemos atento.